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Foto do escritorTomás Pereira

Tendência evolutiva do jogo - Para onde caminhamos? The evolution of the game - Which direction?

PORTUGUÊS


Para que percebamos qual a tendência evolutiva do jogo, é fundamental percebermos em que tipo de sociedade vivemos nos dias de hoje, bem como, questionarmo-nos sobre alguns aspectos que poderão levar-nos a algumas respostas importantes. ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL Há 30 anos atrás: Pai: "Filho, vai ali à padaria buscar 10 carcaças sff" Filho: "Está bem pai!"


Hoje em dia: Pai: "Filho, vai ali à padaria buscar 10 carcaças sff" Filho: "Porque não vais tu? Também tens pernas...E se for, o que ganho com isso?"


Fruto de uma multiplicidade de factores, tais como diferentes formas de ensino, maior acesso à informação, desenvolvimento focado no "Eu", entre outros, o Ser Humano dos dias de hoje tornou-se diferente, com desejos e valências dispares das que existiam há 30 anos atrás e, dessa forma, é essencial que acompanhemos essa evolução/diferenciação para que consigamos chegar aos atletas da melhor forma possível, para que os consigamos conquistar e, consequentemente, fazer com que façam o que procuramos. Nesse processo, o "Porquê" torna-se uma palavra fulcal no processo ensino-aprendizagem porque vai levar os atletas ao "Prazer" que procuram e que anseiam. Dessa forma, antes de procurarmos que os atletas façam o que pretendemos, deveremos preparar-nos da melhor forma para sustentar as nossas decisões e "pedidos" porque, quanto mais convictos formos das nossas decisões e quanto mais despertarmos a curiosidade e o prazer nos nossos atletas, sentindo eles que estamos a trabalhar de forma a que estes tenham sucesso, mais perto estaremos da eficácia na transmissão das nossas ideias. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO Neste ponto, começo por lhe fazer as perguntas que faria aos meus atletas: - É mais fácil parar um jogador que está de costas ou que recebe a bola e tem que acelerar um um jogador que vem de trás já em velocidade? - É mais fácil marcar um jogador que já está na minha zona ou que aparece na minha zona? - Temos mais possibilidades de jogar e de ter rendimento, sabendo conhecendo o jogo e as características específicas de várias posições ou se jogarmos uma vida na nossa “quintinha”, na mesma posição e no mesmo sistema de jogo? Estas são algumas perguntas controversas, que nos fazem pensar e reflectir que nos poderão guiar ao que será a tendência do jogo, do ensino do jogo. Analisando estas perguntas existem alguns traços gerais que acreditamos que serão tendências evolutivas (naturais) do jogo. O DRIBLE Numa era em que a obsessão pela organização defensiva é visível, em que grande parte das equipas são muito competentes quando não têm a bola, o drible torna-se ainda mais importante porque é este que vai fazer com que consigamos romper linhas. Hoje em dia grande parte das equipas jogam com duas linhas de 4, a bascular de um lado para o outro, com oito jogadores a defender e tirando um jogador da frente, abre-se um mundo. Frente a uma equipa bem organizada defensivamente, podemos estar a passar uma vida inteira que não vamos conseguir romper nenhum sistema. MENOS PRINCÍPIOS E SISTEMAS / MAIS SUPERIORIDADES ZONAIS E SECTORIAIS É, e sempre foi o jogador que decide jogos (ainda que, fruto da rigidez táctica de vários treinadores, por vezes o jogador não tenha espaço nem possibilidade para se "expressar", para dar asas a toda a sua criatividade e qualidade). Princípios, Macro Princípios, Sub-Princípios, Micro Princípios...e ofensivamente uma equipa amorfa, sem criatividade, jogadores castrados muitas vezes de explorar todo o seu potencial. Acreditamos que, cada vez mais veremos centrais em "arrancadas" da linha defensiva, criando superioridade na linha média com a sua progressão com bola, tabelar com outro Médio Centro e, entrar com a bola controlada e em velocidade no sector avançado, isolando o Avançado ou com um remate de fora da área. Confesso que sou um apaixonado pela Atalanta de Gasperini e tenho a certeza que o Rafael Tolói (Defesa Central), nunca foi tão feliz na vida por estar tantas vezes perto da área adversária e ter feito tantas assistências numa época como fez até aqui. Num futuro próximo, as equipas de sucesso terão jogadores tacticamente cultos, que mais que jogar numa posição, podem jogar em várias posições porque passam por essas várias posições num só jogo. Essa vivência pelas várias posições tornar-los-ão mais cultos, sendo que os jogadores para além de estarem mais felizes e mais livres, também estarão mais preparados caso mudem de equipa e esta jogue num sistema diferente do antigo clube, visto que estarão adaptados e preparados para jogar em mais que uma posição. Essa flexibilidade dentro do campo também fomenta a cooperação e entre-ajuda dentro de uma equipa na medida que obriga os jogadores a estarem constantemente atentos às movimentações e acções dos colegas de forma a que a equipa garanta superioridade em todos os sectores. AVANÇADOS DESCAÍDOS PARA OS CORREDORES LATERAIS / CORREDOR CENTRAL PARA QUEM APARECE

Voltamos à anterior pergunta...Se perguntarmos a um Defesa Central se prefere ter um Avançado na sua zona para marcar do que algum jogador que apareça à sua frente, com a bola controlada e em velocidade, a resposta será unânime...Todos preferem ter um Avançado na sua zona para estarem perto dele. Dessa forma, pensamos que a tendência será para deixar o corredor central do último terço do campo livre, sendo esse um espaço para ser explorado e não para se estar previamente. As transições ofensivas cada vez mais serão feitas de fora para dentro, com os jogadores que jogam no corredor central a subirem para criar o desequilíbrio, ora com bola, ora em movimentos de ruptura. MAIS TRANSIÇÃO DEFENSIVA / MENOS ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA A criação dessas superioridades com bola, fará com que os clubes inevitavelmente corram mais riscos, que tenham igualdades numéricas momentâneas no sector defensivo, o que faz com que as equipas tenham que ser muito fortes no momento da perda da bola. Assim, acreditamos que nos próximos tempos, a Transição Defensiva assumirá particular relevância, sendo fundamental que as equipas se preparem ainda antes de perder a bola (em Organização Ofensiva), no momento que perdem a bola, estão organizadas e preparadas para pressionar (com muitos elementos atrás da linha da bola), ou como resolver situações em que estão em desequilíbrio. CONCLUSÃO Parar é morrer! E sobretudo no Futebol, em que a inovação é constante e em que o que hoje é eficaz, amanhã já não o é, acreditamos que os próximos anos serão propícios ao jogador Português, na medida que o seu talento e a sua génese serão promovidos, a flexibilidade táctica será dominante e o corredor central no último terço estará desocupado e livre para ser explorado por quem lá aparecer para criar o desequilíbrio, seja com bola, ou sem bola. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

ENGLISH


To understand which will be the evolution tendency of the game, it's essential to understand which kind of society are we living nowadays, the same as, to ask ourselves about some aspects that can take us to some important answers.

CONTEXTUAL FRAMEWORK 30 years ago: Dad: "Son, can you go to the bakery and buy 10 small breads please?" Son: "Ok dad!"


Nowadays: Dad: "Son, can you go to the bakery and buy 10 small breads please?" Son: "Why don't you go? You also have legs don't you? And if I go, what do I get with that?"


Due to a multiplicity of factors, as different teaching methods, more access to the information, growing focused on "Myself", and others, the Human nowadays is different than 30 years ago, with distinct wishes and skills, and according to that, it's crucial to follow up that evolution/differentiation to be able to reach the players in the best possible way, to attract them, and consequently, make them do what we are looking for. In that process, the "Why" is an essential word in the Teaching-Learning Process because it will lead the players to the "Pleasure" they are looking for. According to that, before looking to make the players do what we want, we should prepare ourselves in the best way to support our decisions and "demandings" because, we will be closer to transmit our ideas with success, as more convicts we are about our decisions and as much as we are able to arouse the curiosity and pleasure in our players, making them feel we are working to help them to succeed. METHODOLOGICAL FRAMEWORK


In this subtitle, we start to ask you the question I would ask to my players: - Is it easier to stop a player that is with his back turned to me or a player that comes with the ball controlled from the back with speed?


- Is it easier to mark a player that is already in my zone or somebody that show up in my zone?


- Do we have more possibilities to play and to have a good performance knowing the game and the specific characteristics from the different positions or if we play our entire life in our "farm", in the same position and in the same formation? Those are some controversial questions, that make us think and reflect, that can take us to what can be the tendency of the game, and to the game teaching.

Analyzing those questions, there are some general aspects we believe that will be (natural) evolution tendencies of the game. THE DRIBLE At an Era where the obsession for the Defensive Organization is very clear, that many teams are very competent when they don't have the ball, the drible is even more important because it's with the drible that we will be able to "break" the opponent defensive lines. Nowadays, a big part of the teams play with 2 lines of 4 players, sliding from one side to the other, with 8 players defending and, being able to face and take one player away, "a world" of possibilities comes up. Against an organized team defensively, we can be passing the ball during the whole life that we won't be able to "break" any formation. LESS PRINCIPLES AND FORMATIONS / MORE ZONAL AND SECTORIAL SUPERIORITY

It is and it was always the player deciding the matches (even though, many coaches due to their tactical inflexibility, don't allow the players to have the possibility to express themselves and use all of their creativity and quality). Principles, Macro Principles, Sub-Principles, Micro Principles...and offensively an amorphous team, without creativity, castrated players without freedom to explore their potential. We believe that, we are going to see in the future long runs since the defensive sector, creating superiority in the midfield sector progressing with the ball, using an 1 / 2 with the Center Midfielder and, joining the last third of the field with the ball controlled and with speed, shooting from outside of the box or with a through pass to isolate the Striker. I confess that I'm a lover of Atalanta's Gasperini style of play and I'm sure that Rafael Tolói (Center Back), was never so happy in his life as he is now by being so many times close to the opponent box and by having so many assists during the current season. In a near future, the successful teams will have smart players tactically that, more than playing in one position, will be able to play to play in different positions because they live those different positions during one single match. That experience by the different positions will make them smarter, making the players happier and with more freedom, but also preparing them in case they change team and that new team play in a different formation, being adapted and prepared to play in more than one position. That flexibility inside the field also improves and develops the cooperation among a team since it demands the players to be constantly aware to the colleagues' movements and actions to guarantee the superiority in every sector of the field. STRIKERS POSITIONED IN SIDE POSITIONS / CENTRAL CORRIDOR TO THOSE WHO SHOW UP THERE

Let's go back to the previous question...If we ask a Center Back if he prefers to have a Striker in his zone to mark or a player that show up in front of him, with the ball controlled and with speed, the answer will be common. All prefere to have a Striker in their zone to be close to him. According to that, we think the tendency will be to let the central corridor of the last third free, being that space, a space to be explored and not to be previously. The offensive transitions will be more than never, made from outside to inside, with the players that play in the central corridor moving up to unbalance the opponent team, progressing with ball and with rupture movements without ball. MORE DEFENSIVE TRANSITION / LESS DEFENSIVE ORGANIZATION The creation of those numerical superiorities with ball will, inevitably, make the clubs to take more risks, and have momentary numerical equality in the defensive sector, that demand the teams to be very strong in the moment they loose the ball. In that way, we believe that in the next upcoming times, the Defensive Transition will take a special relevancy, being crucial the teams can be prepared even before they loose the ball (in Offensive Organization), in the moment they loose the ball, organized and ready to press (with many players behind the ball line), or how to solve situations where the team is unbalanced and the opponent comes with the ball controlled with speed towards to our goal. CONCLUSION We die if we stop! And specially in Football, where the inovation is constant, and where it's effective what we do today but tomorrow it's not effective anymore, we believe the next years will be important for the Portuguese player, because their talent and genesis will be promoted (the drible and 1x1 quality), the tactical flexibility will be dominant and the central corridor in the last third of the field will be unoccupied and free to be explored for those who show up there to unbalance the opponent team, with ball or without ball.

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