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Foto do escritorHugo Falcão

“O treinador e a ansiedade competitiva na direção do jogo” / "The coach and the competitive anxiety"

O Desporto enquanto espaço de socialização rege as relações entre os agentes desportivos, numa perspetiva que integra os comportamentos adquiridos e transfere-os para a realidade social. O jogo de Futebol é uma atividade de rendimento, com interesses e objetivos socioeconómicos estimulados pelo sistema desportivo, o qual salienta a reciprocidade de um sistema que comunica permanentemente com o exterior.

O conhecimento e as competências psicológicas associadas às organizações e ambientes desportivos estão na génese da abordagem ao desempenho e bem-estar dos treinadores e jogadores. As competências psicológicas são definidas pelos atributos e características individuais referentes ao desempenho, que aludem ao processo de desenvolvimento, fulcral para ultrapassar os constrangimentos e atingir sucesso na tarefa.

· O Futebol moderno evidencia as habilidades mentais como essenciais para resolver adequadamente sob pressão, e lidar com o aumento de ações “dentro” e “fora” do campo; 
· A intervenção dos agentes desportivos dentro do sistema patenteia limitações, como os conflitos de interesse, as questões éticas, a gestão de informação, os árbitros, os adversários, entre outros...

Os treinadores devem avaliar e estimar a quantidade e qualidade de informação, durante a confrontação competitiva, isto porque a sua ligação com o meio envolvente é determinante na gestão do tempo e subsequente reação. Os principais fatores internos de ansiedade competitiva são a pressão para vencer, os objetivos pessoais, as limitações no tempo e a falta de controlo circunstancial. Contudo, existem fatores externos a ter em consideração, i) dentro da organização – sobrecarga de trabalho, acordos financeiros, recrutamento de jogadores ou negociações de contrato, e ii) na relação social – lidar com a administração e administradores do clube, sentimento de desvalorização, o nível de apoio e os comportamentos dos jogadores.



As estratégias, para enfrentar a ansiedade durante a competição, devem obrigatoriamente ser individualizadas. A necessidade levou-me a investigar habilidades coadjuvantes, de forma a aperfeiçoar as tomadas de decisão em jogo, foram elas:

1) a autoconsciência relativa aos fatores de stress – reconhecendo bloqueios e estabelecendo soluções emergentes;
2) a autorregulação momentânea – avaliando a resposta emocional e as estratégias imediatas na resolução de problemas;
3) o processo de treino – ou seja, optei pela prática organizacional na antecipação de múltiplos cenários, soluções e comportamentos, simulando cenários possíveis de ocorrerem, em contexto de treino;

Cada treinador ao refletir sobre a natureza interativa do Futebol está consciente, que só através da criação de ambientes que promovam a capacidade dos jogadores em resolver problemas (sem especificar a solução), é possível sintonizar as fontes de informação, a variabilidade de prática e a exploração da dinâmica de resolução. Logo, o sucesso do treinador está relacionado com a compreensão das experiências passadas, nas quais procura as necessidades emocionais e sociais dos jogadores, que influenciam a concretização dos níveis de prática exigida em competição.

Exemplo prático:

O nível de apoio dentro de uma sociedade anónima desportiva, por parte dos administradores (ou dirigentes) relativamente ao treinador, é fundamental para tornar o processo coerente e verídico para todos os constituintes, porém se existe um ou mais indivíduos que procuram “ambular” em direções indefinidas, é quase impossível a história acabar no último capítulo. O treinador deve encontrar estratégias para não sair da esfera que consegue controlar – por experiência própria, a autorregulação momentânea possibilita conter o emocional, e sinceramente acredito que a maior parte dos treinadores (que são pessoas) não atingem o “equilíbrio” rapidamente, assim as aprendizagens constantes referenciam mais tarde, o domínio profissional em qualquer contexto competitivo.




||ENGLISH|| “The coach and the competitive anxiety towards the game”


Sport as a socialization space rules relations between sports agents in a perspective that integrates the acquired behaviours and transfers them to social reality. The game of football is an income activity, with social and economic interests and goals that are stimulated by the sports system which points out the reciprocity of a system that communicates permanently with the exterior.

Knowledge and psychological skills associated to the sports organizations and environments are at the genesis of the approach towards performance and well-being of the coaches and players. Psychological skills are defined by individual attributes and characteristics referring to performance that allude to the development process, crucial to overcoming the restraints and to achieve success in the task.

· Modern football shows mental abilities as an essential to solve properly under pressure and handle with the increase of actions in and out of the field.
· The sports agents intervention inside the system patents limitations as conflict of interests, ethical questions, information management, the referees, the opponents, among others…

Coaches should assess and estimate the quantity and quality of information, during competitive confrontation, this because its connection with surroundings is determinant in time management and subsequent reaction. The main internal factors of competitive anxiety are pressure to win, personal goals, time limitations and lack of circumstantial control. However, there are external factors to take into account, i) inside of the organization – work overload, financial agreements, recruiting players or contract negotiations, and ii) in the social relationship – handling with the administration and administrators of the club, devaluation feeling, the support level and behaviour of the players.



Strategies, to face anxiety during the competition, must obligatorily be individualized. The need made me investigate supporting abilities in order to improve decision making at stake, they were:

1) self-awareness related to stress factors – recognizing obstacles and establishing emerging solutions;
2) instantaneous self-regulation – assessing emotional answer and the immediate strategies on problems resolution;
3) training process – that is, I chose organizational practice at anticipation of multiple scenarios, solutions and behaviours, simulating possible scenarios possible to occur, in training context;

Each coach when reflecting on the interactive nature of Football is aware, that only through the creation of environments that promote the players’ ability to solve problems (without specifying the solution), it is possible to tune the information sources, practice variability and exploitation of resolution dynamics. Therefore, the success of the coach is related to the comprehension of past experiences in which quests for the emotional and social needs of the players, that influence the concretization of the levels of practice that is demanded in competition.

Practical example:

The level of support within an anonymous sports society, by the administrators (or leaders) regarding the coach, is fundamental to make the process coherent and truthful for all parties involved, however if there is one or more individuals that seek to “walk around” undefined directions, it is almost impossible that the story ends at the final chapter. The coach must find strategies to not walk out of the sphere that is at his control – by self-experience, instantaneous self-regulation makes it possible to contain the emotional and honestly, I believe that most coaches (that are people) can’t achieve “balance” quickly, thus constant learning refer later, professional domain in any sports context.


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