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Foto do escritorHugo Falcão

A “dependência” do jogador contemporâneo em comparação com os jogadores mais experientes

As dúvidas dissipam-se com a experiência vivenciada e o conhecimento válido. Os modelos de jogo são fontes informacionais para intervenção, cooperação e assistência mútua entre os jogadores da equipa. Contudo a complexidade e o ambiente específico enaltecem e priorizam a maturidade tática como ferramenta útil nas configurações do modelo em cenários competitivos. Os jogadores usufruem de estruturas funcionais, como a bioenergética, a sócio afetiva, a cognição, a condicional, entre outras, que traçam o perfil de jogador e influenciam diretamente a forma de jogar, o planeamento do treino e do jogo.

O treinador pretende facilitar uma forma específica de interpretação do jogo, prevendo modificações em função da variabilidade dos quadros competitivos. Ao constituir um plantel, um dos fatores mais preocupantes para os treinadores contemporâneos é a ”idade” – fundamental para aceder ao equilíbrio convergente na cultura de jogo, dimensão estrutural e criatividade/improvisação (em muitos casos, nos jogadores mais jovens). A idade (entenda-se jogadores menos jovens) também pode ser considerada uma inquietação na predisposição para lesão, decréscimo das capacidades motoras, processo de recuperação, e até eventual maturidade específica da forma de pensar (devido à carreira desportiva), que pode comprometer a estabilidade emocional de um grupo de trabalho caso a lógica do treinador não seja justificada e compreendida por “todos”.


Os jogadores, na sua generalidade, diferenciam-se ao nível:
1) Perceção e gestão dos espaços (através das missões táticas específicas)
2) Gestão do tempo e controlo do ritmo de jogo (em função do objetivo e resultado momentâneo da competição)
3) Identificar e interpretar a situação de jogo (capacidade de recrutamento da funcionalidade cognitiva e avaliação de experiências passadas)

Neste contexto, os elementos cognitivos fornecem as informações que devem ser processadas pelo jogador no processo de treino e jogo. Porém, o passado histórico do jogador é incrivelmente decisivo na abordagem estrutural e funcional da equipa, ou seja, estamos perante uma situação identificada no futebol contemporâneo, na qual, os jogadores jovens “pensam” menos, e “agem” mais (nem sempre corretamente). Para combater este paradigma, o treinador consciente do problema, é capaz de projetar situações e exercícios de treino para otimizar o desempenho individual e coletivo. O passado futebolístico remete-nos para a “bolha” do processo de treino rudimentar em termos coletivos, pois individualmente os jogadores mais aptos tecnicamente conseguiam enriquecer a espetacularidade do “jogar”.


Podemos observar hoje que, a formação desportiva dos jogadores têm um conjunto de experiências enriquecedoras – porém será que o entendimento é realmente cognitivo na maior parte dos casos? Na minha opinião, opta-se pela repetição em detrimento da explicação, isto devido á “pressão” por parte da vertente económica (justificar o investimento dos pais – resultados imediatos, e os treinadores que querem evoluir nos escalões – melhores vencimentos), determinando a deturpação do produto final para o futebol de alto rendimento. É visível, para todos os profissionais, que em termos coletivos as equipas estão cada vez mais organizadas e competitivas, porém quando surge um novo problema durante a confrontação competitiva, os jogadores mais experientes, são aqueles que mais aptos estão a recorrer à funcionalidade cognitiva.


1. Extrair - o jogador deve extrair todas as informações que circundam o processo de treino e jogo – os sistemas registam os estados e mudanças;
2. Processar - sistemas e subsistemas da estrutura cognitiva processam toda a informação incorporada (participação, socialização, verbalização);
3. Transformar – a informação está disponível para ser traduzida em ação no ambiente do jogo. A interação e a sensibilidade são ferramentas que contribuem no processo de modelagem do jogador, e na estimulação dos sistemas que suportam a estrutura;

Em síntese, a temática tem por objetivo relembrar um problema que não está a ser resolvido pela maior parte das entidades e clubes do país, pois providenciamos experiências mas não o investimento necessário no tempo de “conhecer para perceber”, refletindo-se mais tarde na interpretação dos jogadores face aos contextos e novos problemas que surgem da evolução do jogo. A celeridade dos processos formativos promove a perda de fragmentos de conhecimento, que por si só, poderiam reconfigurar as soluções plausíveis de resolução nas dinâmicas específicas de jogo sem ajuda constante do treinador.


// ENGLISH// The dependency of the contemporary player in comparison with more experienced players


Doubts are dispelled by lived experience and valid knowledge. Game models are informational sources for intervention, cooperation and mutual assistance between team players. However, the complexity and the specific environment enhance and prioritize tactical maturity as a useful tool in model configurations at competitive scenarios. Players enjoy functional structures such as bioenergetics, socio-affective, cognition, conditional, among others that draw the player’s profile and that directly influence the way of playing, training plan and game plan. The coach intends to smooth a specific shape of game interpretation, predicting modifications according to the variability of competitive frames. When composing a squad, one of the most worrying factors for contemporary coaches is “age” – fundamental to access the convergent balance in the game culture, structural dimension and creativity/improvisation (in many cases, in younger players). Age (understand older players) can also be a restlessness in predisposition for injury, decrease of motor abilities, recovery process and even eventual specific maturity of way of thinking (due to sports career) that can compromise emotional stability of a working group if the coach logic cannot be justified and understood by “everyone”.


Players, in general, differ at the level of:
1)	Perception and space management (through specific tactical missions)
2)	Time management and control of the game pace (according to the goal and momentary result of the competition)
3)	Identify and interpret the game situation (ability to recruit cognitive functionally and evaluation of past experiences)

In this context, cognitive elements provide the information that must be processed by the player in training and game process. However, the historical past of the player is incredibly decisive at the structural and functional approach of the team, in other words, we are before a situation identified at contemporary football, in which, young players “think” less and “act” more (not always correctly). To combat this paradigm, the coach is aware of the problem and is capable to project situations and training exercises to optimize individual and collective performance. The footballing past sends us to the “bubble” of rudimental training process in collective terms because individually the most fit players technically could enrich the spectacularism of the “play”.


Today we can observe that players’ sports training has a set of enriching experiences – however is knowledge really cognitive in most cases? In my opinion, opts for repetition at the expense of explanation, due to the “pressure” on the economic strand (justifying the investment of parents – immediate results, and the coaches that want to evolve in the ranks – best salaries), determining the misrepresentation of the final product for high performance football. It is visible, for all professionals, that in collective terms the teams are more and more organized and competitive, however when a new problem arises during the competitive confrontation, the players with more experience are the most capable to resort to cognitive functionality.



1.	Extract – the player must extract all information that surrounds the train and game process – systems record states and changes;
2.	Process – systems and subsystems of the cognitive structure process all incorporated information (participation, socialization, verbalization);
3.	Transform – information is available to be translated into action at game environment. The interaction and sensitivity are tools that contribute to the moulding process of the player and to the stimulation of the systems that support the structure;

In summary, the theme aims to remind a problem that it is not being solved by the majority of the entities and clubs of the country, because we provide experiences but not the necessary investment on time to “know to understand”, later reflected on players’ interpretation given the contexts and new problems that emerge from the game evolution. The speed of formative processes promotes the knowledge fragments loss that by itself could reconfigure plausible solutions for solving specific game dynamics without constant help from the coach.

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