O valor da imitação no processo de aprendizagem / The value of imitation in the learning process
- Gonçalo Cruz
- 17 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
PORTUGUÊS
As crianças são extremamente observadoras e têm por tendência imitar os seus ídolos. Ao fazerem-no visualizam o futuro e vivem num mundo só seu. Pode parecer um pouco clichê mas na verdade, não existe nada mais belo e genuíno que os sonhos de uma criança.

De certa forma, todos temos sonhos e todos tivemos um ídolo.
A bola sempre foi algo que nos uniu, era na rua ou na escola que imitava e encarnava a personagem do meu ídolo. Depois da “impiedosa” escolha das equipas, todos escolhíamos um jogador - como se de um jogo de consola se tratasse - e começava o sonho.
Sabe-se que, inicialmente, os grandes ídolos das crianças são os seus pais mas que a partir de uma certa idade começam a surgir uns “novos super-heróis”. Isto justifica-se pela vontade da criança começar a desenvolver a sua identidade procurando referências. A ciência diz-nos também que o associar de uma imagem (aquilo que vejo fazer) a um comportamento desejável (aquilo que pretendo fazer) contribui significativamente para o desenvolvimento integral de uma criança. Basta pensarmos como uma criança aprende a falar. É, ao fim ao cabo, um processo de imitação.
No futebol, este tipo de ações, ganham maior relevância se a esses comportamentos, a criança/jovem, acrescentar e associar as suas próprias habilidades técnicas e competências motoras.
“Naquelas ruas convertidas em improvisados campos de treino, os mais pequenos podiam aprender. Como? Olhando e imitando o que faziam os maiores.”
Johan Cruyff
Se o futebol de rua está em extinção, porque não, tentarmos levar um pouco dele para os nossos jogadores?
Pensando um pouco nisto, até porque estamos num momento propício para reflectirmos sobre o jogo e sobre as nossas práticas enquanto treinadores e influenciadores de comportamentos, deixo-vos uma sugestão (se treinarem escalões mais jovens):
Promoverem jogos onde cada menino(a) escolhe ser um jogador(a) que admira e por isso tem total liberdade para tentar ser como ele. Tenho a certeza que alguns vos vão surpreender pela sua criatividade.
O que acham desta ideia? Deixem-os sonhar!
PS: Já me esquecia. Eu era o Quaresma!

ENGLISH
Children are extremely observant and tend to imitate their idols. When they do, they visualize the future and live in a world of their own. It may seem a little cliché but in reality, there is nothing more beautiful and genuine than a child's dreams.

In a way, we all have dreams and we all had an idol.
The ball was always something that united us, it was on the street or at school that imitated and embodied the character of my idol. After the “ruthless” choice of teams, we all chose a player - like a playstation game - and the dream began.
Initially, the great idols of children are their parents, but after a certain age, “new superheroes” appear. This is justified by the child will begin to develop your identity looking for references. Science also tells us that associating an image (what I see doing) with a desirable behavior (what I intend to do) contributes significantly to a child's integral development. Just think how a child learns to speak. It is, after all, an imitation process.
In football, this type of actions, gain greater relevance if to these behaviors, the child / youth, add and associate their own technical skills and motor skills.
“In those streets, converted into improvised training camps, the little ones could learn. How? Looking and imitating what the biggest ones did. ”
Johan Cruyff
If street football is dying out, why not try to bring some of it to our players? Thinking a little about this, not least because we are in a favorable moment to reflect on the game and on our practices as coaches and behavior influencers, I leave you a suggestion (if you train younger levels):
Promote games where each boy or girl chooses to be a player they admire and therefore has complete freedom to try to be like him. I am sure that some will surprise you for your creativity.
What do you think of this idea? Let them dream! PS: I forgot already. I was Ricardo Quaresma!

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