PORTUGUÊS Uma recepção é determinada pelo primeiro toque dado na bola! É o primeiro toque que muitas vezes se torna o detalhe diferenciador do in(sucesso) da construção de acções ofensivas.
Uma recepção eficaz possibilita que o jogador disponha de tempo e espaço para executar as suas acções, ainda que pressionado por adversários, conseguindo uma ligação mais eficaz e eficiente com as acções técnico-táticas seguintes (passe, drible ou remate).
Por isso torna-se cada mais redutor olhar para a recepção centrada no gesto técnico de simplesmente controlar ou dominar a bola, até porque uma recepção orientada “mexe” com a dinâmica do Jogo da Equipa, criando momentos de transição capazes de provocar desequilíbrios.
Como sempre temos defendido aqui, a execução do gesto técnico é tanto melhor, quanto maior for entendimento que temos do jogo, pensar o que vamos fazer antes do adversário será sempre fundamental para ganhar tempo e espaço para executar.
“...Associo o futebol à rapidez. O importante é pensar rápido, executar rápido, procurar que a mente seja mais rápida do que as pernas” (Luís Figo)
As palavras de Figo (antecipação mental e motora do gesto) ganham maior relevo se olharmos para a lógica funcional e evolutiva do jogo, maior capacidade e rigor no momento de organização defensiva, marcações mais apertadas, maior pressão sobre o portador da bola, o tempo para agir cada vez mais curto, o espaço para jogar cada vez mais reduzido.
Nesta velocidade Técnica-Tática que pressupõem a execução do gesto deixamos um conjunto de Critérios que podem estar na base de uma recepção orientada:
Olhar antes de Receber - Qual a situação em que me encontro?
Tou livre...Tou pressionado? Qual a posição dos meus companheiros e adversários?;
Decidir antecipadamente - O que vou fazer? Com que superfície do corpo vou realizar a recepção? Onde me vou posicionar para receber?;
Atitude Ativa - Atacar a bola e não esperar pela bola (evitando a intercepção do adversário);
Orientação corporal Correta - apoios lateralizados de forma aumentar o campo de visão e criar condições para que o primeiro toque seja de progressão;
Técnica - Receber a bola com o parte interior do pé mais distante em relação ao ao lado de onde surge a bola;
Confiança na execução desta acção técnico-tática;
Facilmente constatamos no vídeo, a qualidade dos intervenientes, mas também a importância de uma correta orientação corporal para a realização de uma recepção orientada.
Dominar a arte de bem receber, é saber o que fazer com a bola antes de ela chegar e orientar todo seu corpo/movimento para a definição da ação seguinte.
Por outro lado, quando um jogador não está bem orientado para receber, terá forçosamente uma redução do seu campo visual, não vai ver o que se passa nas suas costas, menor será a informação e a percepção que conseguirá ter da sua situação atual, aumentando a probabilidade de decidir de forma incorreta, porque há um espaço, o chamado “lado cego” que não conhece.
Quando trabalhamos momentos de organização ofensiva (ataque posicional) um dos dos erros mais comuns é vermos os nossos atletas receberem com os pés paralelos e de costas para a baliza adversária, perdendo a oportunidade de ter no primeiro toque uma ação de progressão.
Utilizar o primeiro toque na bola para controlar e um segundo toque que envolva uma rotação sobre o eixo do corpo para se enquadrar com o jogo de frente irá abrandar a fluidez do jogo da equipa e perder segundos essenciais na vantagem do Tempo e Espaço, fundamentais para o sucesso das ações ofensivas seguintes.
Deixo-vos com um tesourinho com mais de 20 anos! Incrível como Guardiola ainda no tempo de Jogador já revelava um nível de conhecimento superior do Jogo!
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ENGLISH
The importance of oriented ball control - details that define success!
The ball control is determined by the first touch given to the ball!It is the first touch that often becomes the differentiating detail of in(success) the construction of offensive actions.
An effective reception allows the player to have time and space to perform his actions, even if pressed by opponents, achieving a more effective and efficient connection with the following technical-tactical actions (pass, dribble or shoot).
So it becomes more and more reductive to look at the reception centered on the technical gesture of simply controlling or mastering the ball, because a oriented reception "stirs" with the dynamics of the Team Game, creating moments of transition able to provoke imbalances.
As we have always defended here, the execution of the technical gesture is all the better, the more understanding we have of the game, to think what we will do before the opponent will always be fundamental to gain time and space to execute.
"... I associate football with speed.The important thing is to think fast, run fast, see that the mind is faster than the legs" (Luís Figo)
Figo’s words (mental anticipation and motor gesture) gain greater relief if we look at the functional and evolutionary logic of the game, greater capacity and rigor in the moment of defensive organization, tighter markings, greater pressure on the bearer of the ball, the time to act shorter and shorter, the space to play smaller and smaller.
In this technical-tactical speed that presuppose the execution of the gesture we leave a set of Criteria that can be on the basis of a targeted reception:
Look before Receiving - What situation am I in?
I am free... I pressed? What is the position of my companions and opponents? ;
Decide in advance - What will I do? With which surface of the body will I perform the reception? Where will I position myself to receive? ;
Active Attitude - Attack the ball and do not wait for the ball (avoiding the opponent’s interception);
Correct body orientation - lateral supports to increase the field of view and create conditions for the first touch to be progression;
Technique - Receive the ball with the inner part of the foot farther in relation to the side where the ball appears;
Confidence in the implementation of this technical-tactical action;
It is easy to see in the video, the quality of the actors, but also the importance of a correct body orientation for the performance of a targeted reception.
To master the art of receiving well, is to know what to do with the ball before it arrives and orient your whole body/movement to the definition of the next action.
On the other hand, when a player is not well oriented to receive, he will necessarily have a reduction of his visual field, he will not see what goes on behind his back, less will be the information and the perception he will get of his current situation, increasing the likelihood of making an incorrect decision, because there is a space, the so-called "blind side" that you do not know.
When we work moments of offensive organization (positional attack) one of the most common mistakes is to see our athletes receive with parallel feet and back to the opponent goal, losing the opportunity to have in the first touch a progression action.
Using the first tap on the ball to control and a second touch that involves a spin on the body axis to fit in with the front game will slow down the fluidity of the team’s game and lose essential seconds in the advantage of Time and Space, fundamental to the success of the following offensive actions.
I leave you with a 20-year-old treasure! Incredible as Guardiola still in the time of Player already revealed a higher level of knowledge of the Game!
Excelente artigo mister João Valente, parabéns! O 1º toque é, sem dúvida, um factor de sucesso individual e colectivo. Um excelente 1º toque é muitas vezes um desbloqueador de jogadas! No entanto, e somente como opinião pessoal, acho que dentro dos critérios de sucesso duma recepção, e em particular na sua vertente técnica, não devemos "estancá-la" à parte interna do pé do lado contrário de onde a bola vem. Um bom 1º toque pode ser com o pé mais longe do adversário como com o mais próximo, pode ser com o pé mais distante do local de onde vem a bola, pode ser com a parte interna ou externa ou muitas vezes, e aí ok já deixa de ser recepção…